Este é o décimo nono texto da 5ª edição do especial “Os governos estaduais e as ações de enfrentamento à pandemia no Brasil”, publicado entre os dias 8 e 12 de fevereiro na página da ABCP. Acompanhe!
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Piauí: expectativas para o combate a pandemia de Covid-19 em 2021
Nome do autor e instituição a que está vinculado: Vítor Eduardo Veras de Sandes-Freitas – Universidade Federal do Piauí
Titulação do autor e instituição em que a obteve: Doutor em Ciência Política (UNICAMP)
Região: Nordeste
Governador (Partido): Wellington Dias (PT)
População: 3.273.227
Número de municípios: 224
Casos confirmados em 09/02/2021: 163.497
Óbitos confirmados em 09/02/2021: 3.149
Casos por 100 mil hab.: 4.994,97
Óbitos por 100 mil hab.: 96,20
Data de início da vacinação: 18 de janeiro
* Por: Vítor Eduardo Veras de Sandes-Freitas
Em artigos anteriores da série, alertava que “a situação da pandemia de covid-19 no estado do Piauí está longe de estar sob controle”. O cenário não mudou muito no Piauí, porque ele é dependente das políticas adotadas centralmente pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde, que deveria coordenar as ações e viabilizar soluções em conjunto com as unidades subnacionais brasileiras.
No Piauí, pode-se dizer que o controle de danos tem sido mais bem-sucedido do que em alguns estados brasileiros. Conforme pode-se ver nos gráficos abaixo, a situação da ocupação de leitos de internação e de UTI no estado parece, por hora, confortável, mesmo em meio a uma segunda onda de contaminação e com a lentidão no processo de vacinação da população brasileira.
O controle dos leitos tem sido uma estratégia bem-sucedida no estado do Piauí, que dispensou a abertura de novos leitos de internação como ocorreu no período mais crítico da pandemia no estado, no período de julho de 2020 (ver abaixo). Com 44,5% dos leitos com respiradores não ocupados, o governo estadual autorizou o retorno das aulas, de forma híbrida, na rede privada e está programando, cautelosamente, o retorno às aulas na rede pública, também com a mescla entre o modelo presencial e remoto.
A situação, no entanto, inspira cuidados. Apesar de uma tendência de estabilidade, como se pode ver no gráfico abaixo, observa-se um crescimento no número de mortes se comparado aos índices de dezembro, bem como, neste momento, o estado está há três dias com aumento no número de internações [1].
Um dos pilares do combate à pandemia deveria ser a articulação entre o governo federal, os estados brasileiros e os municípios quanto às medidas de combate à pandemia e, especialmente, à segunda onda. No entanto, cada estado tem tomado suas próprias medidas, dada a falta de coordenação pelo governo federal. Para completar, a ausência do auxílio emergencial (ainda não renovado) terá um impacto relevante na economia doméstica das famílias piauienses, principalmente, pelo fato de muitas se encontrarem em situação de vulnerabilidade.
Quanto à vacinação, o estado do Piauí foi o primeiro do Nordeste a aplicar a vacina, ainda no mesmo dia em que ela fora distribuída para todo o Brasil, em 18 de janeiro. A vacinação, no entanto, tem avançado lentamente, como no Brasil como um todo. Até o momento, 47.975 pessoas foram vacinadas no estado em 22 dias, representando 1,46% da população do estado. Nesse ritmo, para vacinar 70% da população piauiense, porcentagem recomendada para criar a chamada “imunidade de rebanho”, levaremos 35 anos. Ou seja, se quisermos avançar com o combate à pandemia, teremos que criar alternativas mais efetivas, principalmente quanto à única saída com comprovação científica: a vacinação.
Referências bibliográficas: